quinta-feira, 6 de setembro de 2012

7 de Setembro - DIA DA PÁTRIA




Recordo-me de meus sete anos de idade, era sete de setembro, levantava cedo e me preparava para marchar. Nada podia faltar, o uniforme impecável, passado e ajeitado, também não poderia me atrasar. Tinha muito orgulho de participar daquele desfile de 7 de setembro.
Chegava cedo à escola, os alunos todos uniformizados, em fila, já havíamos passado meses ensaiando a marcha para que tudo saísse dentro do esperado. Todos estavam lá, professores, alunos, diretores e meus pais. Era um dia festivo e alegre.

Era também comum cantarmos o hino nacional, mas não somente neste dia, na verdade todos os dias antes do início das aulas, em posição de sentido, todos ali ficavam e cantavam o hino nacional. Todos cantavam junto com a música. Somente depois disto íamos para sala de aula...

Voltando a marcha do sete de setembro, este dia tão especial para uma criança de sete anos, após a organização da fila, dos alunos, saímos em direção ao local de desfile, uma verdadeira procissão. Muitas pessoas nas laterais das ruas acompanhavam nossa passagem.

Chegando ao local não demorava para que iniciasse a tão esperada marcha. E das oito horas da manhã até quase meio dia marchávamos incansavelmente e com muito orgulho. Logo em frente observava meus familiares que ali também estavam assistindo aquele evento. 

Marchávamos com alegria e vontade tendo cuidado acompanhar os tambores. Sabíamos que quando estes batiam mais forte tínhamos que marcar mais o passo, a marcha. Ao final acompanhávamos os professores a escola para apanhar nossas coisas e depois cada um ia para sua casa.

Muitos nem sabem o que seja marchar. Mas por que será que tudo isto foi ignorado e deixado de lado? Por que as pessoas não têm mais essa visão, essa alegria? Seja criança, adulto, não vivem mais o sete de setembro, não existe mais essa valorização do desfile.  O hino nacional, a maioria dos brasileiros não sabe nem cantar. Não falamos aqui de aceitarmos os erros de um passado. Mas de podermos perceber que acima de tudo somos brasileiros, e que o Brasil ainda é um bom lugar de se viver.

VALORIZAR

Ainda não sabemos valorizar nosso país. A paz que temos, o alimento a mesa todos os dias, mesmo que arroz e feijão, não sabemos o que é viver num país onde não há comida, saúde pública, saneamento básico, iluminação pública e as coisas mais simples de nosso dia a dia como água potável e um chuveiro quente.  Que possamos agradecer por sermos brasileiros, temos muito e não valorizamos. Infelizmente não conseguimos ver que somos privilegiados, só sabemos reclamar, vamos olhar pra nós e para os que sofrem lá fora. Agradecer e reconhecer o que temos e o que somos... Talvez um dia quando deixarmos de ter o mais básico como tantas pessoas que não a tem em países que vivem na miséria lá fora. 

O Haiti e a Africa são exemplos de extrema pobreza, mas que não nos cabe pensar afinal não é nossa realidade de vida. Países que ainda vivem um clima de guerra, fome e outras desgraças. Somente quando passarmos por coisas neste sentido é que quem sabe iremos refletir. Enquanto isto muitos continuarão a fazer pouco caso de tudo o que aqui mostramos.

Afinal, ser brasileiro é ter orgulho de aqui viver. Muitos pensam em morar no exterior, mas quem sabe um dia, estando fora do país ao ouvirem uma música brasileira tocará em seus corações e lembrarão como eram felizes no Brasil. Que possamos saber agradecer ao que somos e o que temos, e poder dizer o refrão da canção: “Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor...”

Ismênia Nunes